Demito-me da capacidade de ser humano,
Desprezível criação irracional de forma de vida,
De pensamentos medíocres em função de seu egoísmo.
Nunca fui de muita fé,
Não alimentei minha alma de esperança,
Deixei crescer o vicio incondicional da natureza,
Como condutora do instinto.
Aprendi tarde que faço parte da mais pobre raça,
Que perpetua no planeta,
E hoje tenho que conviver com este sentimento,
De ser um deles.
Esqueci quantas lágrimas correram pelo meu rosto,
Quanta dor no peito sentiu, durante a caminhada,
E assim, muitos sentimentos deixaram de existir,
Tantos momentos inefáveis não terão cores,
Imagens ou sons que se perdem entre os infames.
E quem de nós será o mártir, sem nome, sem cova,
Sem cruz para demarcar o único pedaço,
De terra que nos cabe.
Que vala comum terá nossos corpos?
Qual será a ultima palavra?
Se o silêncio foi à manifestação,
Que fez parte de toda a vida.
Então, assino e dou a cara à tapa,
De todos os atos a que me tenho omitido,
Dos sonhos que deixei de acreditar,
Das lutas e olhares que passaram em minha frente.
E com braços cruzados,
Simplesmente fechei os olhos,
Quando já estavam cegos para a luz.
No entanto, não serei puro ao estar de joelhos,
E tiver o pedido final de um condenado,
Não serei quem terá o mundo sobre os ombros,
Mas estarei junto com aqueles que fazem da terra,
O lugar bom de se viver.
Itamar Nunes
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